sexta-feira, 16 de abril de 2010

AS REFERÊNCIAS

A Norma Brasileira de Referência - NBR 6023, de ago./2002, com vigência a partir de 29.09.2003, é a norma que especifica os elementos a serem incluídos nas REFERÊNCIAS e estabelece convenções para transcrição e apresentação da informação originada do documento e/ou outras fontes de informação.
É o conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação individual.
Ela destina-se a orientar a preparação e compilação de referências de material utilizado para a produção de documentos e para inclusão em bibliografias, resumos, resenhas, recensões e outros.

5.1. DEFINIÇÕES
A seguir, as definições apresentadas na NBR-6023.
5.1.1. autor(es): Pessoa(s) física(s) responsável(eis) pela criação do conteúdo intelectual ou artístico de um documento.
5.1.2. autor(es) entidade(s): Instituição(ões), organização(ões), empresa(s), comitê(s), comissão(ões), eventos(s), entre outros, responsável(is) por publicações em que não se distingue autoria pessoal.
5.1.3. capítulo, seção ou parte: Divisão de um documento, numerado ou não.
5.1.4. documento: Qualquer suporte que contenha informação registrada, formando uma unidade, que possa servir para consulta, estudo ou prova. Inclui impressos, manuscritos, registros audiovisuais, sonoros, magnéticos e eletrônicos, entre outros.
5.1.5. edição: Todos os exemplares produzidos a partir de um original ou matriz. Pertencem à mesma edição de uma obra, todas as suas impressões, reimpressões, tiragens etc., produzidas diretamente ou por outros métodos, sem modificações, independentemente do período decorrido desde a primeira publicação.
5.1.6. editora: Casa publicadora, pessoa(s) ou instituição responsável pela produção editorial. Conforme o suporte documental, outras denominações são utilizadas: produtora (para imagens em movimento), gravadora (para registros sonoros), entre outras.
5.1.7. monografia: Item não seriado, isto é, item completo, constituído de uma só parte, ou que se pretende completar em um número preestabelecido de partes separadas.
5.1.8. publicação periódica: Publicação em qualquer tipo de suporte, editada em unidades físicas sucessivas, com designações numéricas e/ou cronológicas, e destinada a ser continuada indefinidamente.
5.1.9. referência: Conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação individual.
5.1.10. separata: Publicação de parte de um trabalho (artigo de periódico, capítulo de livro, colaborações em coletâneas etc.), mantendo exatamente as mesmas características tipográficas e de formatação da obra original, que recebe uma capa, com as respectivas informações que a vinculam ao todo, e a expressão “Separata da”, em evidência. As separatas são utilizadas para distribuição pelo próprio autor da parte, ou pelo editor.
5.1.11. subtítulo: Informações apresentadas em seguida ao título, visando esclarecê-lo ou complementá-lo de acordo com o conteúdo do documento.
5.1.12. suplemento: Documento que se adiciona a outro para ampliá-lo ou aperfeiçoá-lo, sendo sua relação com aquele apenas editorial e não física, podendo ser editado com periodicidade e/ou numeração própria.
5.1.13. título: Palavra, expressão ou frase que designa o assunto ou o conteúdo de um documento.
5.2. ELEMENTOS E LOCALIZAÇÃO DAS REFERÊNCIAS
A referência é constituída de elementos essenciais e, quando necessário, inserem-se elementos complementares. Ambos são retirados do próprio documento ou, não sendo possível, utilizam-se outras fontes de informação, indicando-se os dados assim obtidos entre colchetes [...].
A referência pode aparecer: no rodapé; no fim do texto ou de capítulo; em lista de referências; antecedendo resumos, resenhas e recensões.
5.2.1. elementos essenciais: refere-se a informações indispensáveis ã identificação do documento e estão estritamente vinculados no suporte documental, variando conforme a tipologia.
5.2.2. elementos complementares: são informações que, acrescentadas aos elementos essenciais, permitem melhor caracterização dos documentos.
5.3. REGRAS GERAIS DE APRESENTAÇÃO
Os elementos essenciais e complementares da referência devem ser apresentados em seqüência padronizada. Para compor cada referência deve-se obedecer à seqüência dos elementos, como apresentado nos modelos a seguir apresentados.
As referências são alinhadas somente à margem esquerda do texto e de forma a se identificar individualmente cada documento, em espaço simples (não é espaço 1,5 linha), sendo separadas entre si por espaço duplo.
A pontuação segue padrões internacionais e deve ser uniforme para todas as referências. As abreviaturas devem ser conforme NBR 10522. O recurso tipográfico (negrito, grifo ou itálico) utilizado para destacar o elemento TÍTULO deve ser uniforme em todas as referências de um mesmo documento. Isto não se aplica às obras sem indicação de autoria, ou de responsabilidade, cujo elemento de entrada é o próprio título, já destacado pelo uso de letras maiúsculas na primeira palavra, com exclusão de artigos (definidos e indefinidos) e palavras monossilábicas.
As referências constantes de uma lista padronizada devem obedecer a única forma: ao optar por elementos complementares, estes devem ser incluídos em todas as referências daquela lista.
5.4. MODELOS DE REFERÊNCIAS
5.4.1. Monografia no todo: Inclui livro e/ou folheto (manual, guia, catálogo, enciclopédia, dicionário etc.) e trabalhos acadêmicos (teses, dissertações, entre outros).
5.4.1.1. Os elementos essenciais são: autor(es), título, edição, local, editora e data de publicação.
5.4.1.2 Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.2. Monografia no todo em meio eletrônico
Inclui os mesmos tipos indicados em 1 em meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, online etc.).
5.4.2.1. As referências devem obedecer aos padrões indicados para os documentos monográficos no todo, acrescidas das informações relativas à descrição física do meio eletrônico.
5.4.2.2. Quando se tratar de obras consultadas online também são essenciais as informações sobre o endereço eletrônico, apresentado entre os sinais < >, precedido da expressão disponível em: e a data de acesso ao documento, precedida da expressão Acesso em: opcionalmente acrescida dos dados referentes a hora, minutos e segundos.
Nota – Não se recomenda referenciar material eletrônico de curta duração nas redes.
5.4.3. Parte de monografia
Inclui capítulo, volume, fragmento e outras partes de uma obra, com autor(es) e/ou título próprios.
5.4.3.1 Os elementos essenciais são: autor(es), título da parte, seguidos da expressão “In:”, e da referência completa da monografia no todo. No final de referência deve-se informar a paginação ou outra forma de individualizar a parte referenciada.
5.4.3.2. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.4. Parte de monografia em meio eletrônico
As referências devem obedecer aos padrões indicados para partes de monografias, acrescidas das informações relativas à descrição física do meio eletrônico (disquete, CD-ROM, online etc.).
5.4.5. Publicação periódica
Inclui a coleção como um todo, fascículo ou número de revista, número de jornal, caderno etc. na integra, e a matéria existente em um número, volume ou fascículo de periódico (artigos cientificos de revistas, editoriais, matérias jornalísticas, seções, reportagens etc.).
5.4.5.1. Publicação periódica como um todo
A referência de toda a coleção de um título de periódico é utilizada em listas de referências e catálogos de obras preparados por livreiros, bibliotecas ou editoras.
5.4.5.1.1. Os elementos essenciais são: título, local de publicação, editadas de inicio e de encerramento da publicação, se houver.
5.4.5.1.2. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.5.2. Partes de revista boletim etc.
Inclui volume, fascículo, números especiais e suplementos, entre outros, sem título próprio.
5.4.5.2.1. Os elementos essenciais são: título da publicação, local de publicação, editora, numeração do ano e/ou volume, numeração do fascículo, informações de períodos e datas de sua publicação.
5.4.5.2.2. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.5.3. Artigo e/ou matéria de revista, boletim etc.
Inclui partes de publicações periódicas (volumes, fascículos, números especiais e suplementos, com título próprio), comunicações, editorial, entrevistas, recensões, reportagens, resenhas e outros.
5.4.5.3.1. Os elementos essenciais são: autor(es), título da parte, artigo ou matéria, título da publicação, local de publicação, numeração correspondente ao volume e/ou ano, fascículo ou número, paginação inicial e final, quando se tratar de artigo ou matéria, data ou intervalo de publicação e particularidades que identificam a parte (se houver).
5.4.5.3.2. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.5.4. Artigo e/ou matéria de revista, boletim etc. em meio eletrônico
As referências devem obedecer aos padrões indicados para artigos e/ou matéria de revista, boletim etc., de acordo com 5.3, acrescidas das informações relativas à descrição física do meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, online etc.).
5.4.5.5. Artigo e/ou matéria de jornal
Inclui comunicações, editorial, entrevistas, recensões, reportagens, resenhas e outros.
5.4.5.5.1. Os elementos essenciais são: autor(es) (se houver), título, título do jornal, local de publicação, data de publicação, seção, caderno ou parte do jornal e a paginação correspondente. Quando não houver seção, caderno ou parte, a paginação do artigo ou matéria precede a data.
5.4.5.5.2. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.5.6. Artigo e/ou matéria de jornal em meio eletrônico
As referências devem obedecer aos padrões indicados para artigos e/ou matéria de jornal, de acordo com 5.5, acrescidas das informações relativas à descrição física do meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, online etc.).
5.4.6. Evento como um todo
Inclui o conjunto dos documentos reunidos num produto final do próprio evento (atas, anais, resultados, proceedings, entre outras denominações).
5.4.6.1. Elementos essenciais
Os elementos essenciais são: nome do evento, numeração (se houver), ano e local (cidade) de realização. Em seguida deve-se mencionar o título do documento (anais, atas, tópico temático etc.), seguido dos dados de local de publicação, editora e data da publicação.
5.4.6.2. Elementos complementares
Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.6.3. Evento como um todo em meio eletrônico
As referências devem ser obedecer aos padrões indicados para evento como um todo, de acordo com 6.1 e 6.2, acrescidas das informações relativas à descrição física do meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, online etc.).
5.4.7. Trabalho apresentado em evento
Inclui trabalhos apresentados em evento (parte do evento).
5.4.7.1. Elemento essenciais
Os elementos essenciais são: autor(es), título do trabalho apresentado, seguido da expressão In:, nome do evento, numeração do evento (se houver), ano e local (cidade) de realização, título do documento (anais, atas, tópico temático etc.), editora, data de publicação e página inicial e final da parte referênciada.
5.4.7.2. Elementos complementares
Quando necessário acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.7.3. Trabalho apresentado em evento em meio eletrônico
As referências devem obedecer aos padrões indicados para trabalhos apresentados em evento, acrescidas das informações relativas à descrição física do meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, online etc.).
5.4.8. Patente
Os elementos essenciais são: entidade responsável e/ou autor, título, número da patente e datas (do período de registro).
5.4.9. Documento jurídico
Inclui legislação, jurisprudência (decisões juridiciais) e doutrina (interpretação dos textos legais).
5.4.9.1. Legislação
Compreende a Constituição, as emendas constitucionais e os textos legais infraconstituicionais (lei complementar e ordinária, medida provisória, decreto em todas as suas formas, resolução do Senado Federal) e normas emanadas das entidades públicas e privadas (ato normativo, portaria, resolução, ordem de serviço, instrução normativa, comunicado, aviso, circular, decisão administrativa, entre outros).
5.4.9.1.1. Os elementos essenciais são: jurisdição (ou cabeçalho da entidade, no caso de se tratar de normas), título, numeração, data e dados da publicação. No caso de Constituições e suas emendas, entre o nome da jurisdição e o título, acrescenta-se a palavra Constituição, seguida do ano de promulgação, entre parênteses.
5.4.9.1.2. Quando necessário acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.9.2. Jurisprudência (decisões judiciais)
Compreende súmulas, enunciados, acórdãos, sentenças e demais decisões judiciais.
5.4.9.2.1. Os elementos essenciais são: jurisdição e órgão judiciário competente, título (natureza da decisão ou ementa) e número, partes envolvidas (se houver), relator, local, data e dados da publicação.
5.4.9.2.2. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.9.3. Doutrina
Inclui toda e qualquer discussão técnica sobre questões legais (monografias, artigos de periódicos, papers etc.), referências conforme o tipo de publicação.
5.4.9.4. Documento jurídico em meio eletrônico
As referências devem obedecer aos padrões indicados para documento jurídico, de acordo com 9.1 a 9.3, acrescidas das informações relativas à descrição fisica do meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, on line etc
5.4.10. Imagem em movimento
Inclui filmes, videocassetes, DVD, entre outros.
5.4.10.1. Os elementos essenciais são: títulos, diretor, produtor, local, produtora, data e especificação do suporte em unidades físicas.
5.4.10.2. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.11. Documento iconográfico
Inclui pintura, gravura, ilustração, fotografia, desenho técnico, diapositivo, diafilme, material estereográfico, transparência, cartaz entre outros.
5.4.11.1. Elementos essenciais
Os elementos essenciais são: autor título (quando não existir, deve-se atribuir uma denominação ou a indicação Sem título, entre colchetes), data e especificação do suporte.
5.4.11.2. Elementos complementares
Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.11.3. Documento iconográfico em meio eletrônico
As referências devem obedecer aos padrões indicados para documento iconográfico, acrescidas das informações relativas à descrição física do meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, on line etc.).
5.4.12. Documento cartográfico
Inclui atlas, mapa, globo, fotografia, aérea entre outros. As referências devem obedecer aos padrões indicados para outros tipos de documentos, quando necessário.
5.4.12.1. Elementos essenciais
Os elementos essenciais são: autor(es), título, local, editora, data de publicação, designação específica e escala.
5.4.12.2. Elementos complementares
Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.12.3. Documento cartográfico em meio eletrônico
As referências devem obedecer aos padrões indicados para material cartográfico, acrescidas das informações relativas à descrição física do meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, online etc.).
5.4.13. Documentos sonoro no todo
Inclui disco, CD (compact disc), cassete, rolo, entre outros.
5.4.13.1. Os elementos essenciais são: compositor(es) ou intérprete(s), título, local, gravadora (ou equivalente), data e especificação do suporte.
5.4.13.2. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.14. Documentos sonoro em parte
Inclui partes e faixas de documentos sonoros.
5.4.14.1. Os elementos essenciais são: compositor(es), intérprete(s) da parte (ou faixa de gravação), título, seguidos da expressão In: e da referência do documento sonoro no todo. No final da referência, deve-se informar a faixa ou outra forma de individualizar a parte referenciada.
5.4.14.2. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.15. Partitura
Inclui partituras impressas e em suporte ou meio eletrônico.
5.4.15.1. Elementos essenciais
Os elementos essenciais são: autor(es), título, local, editora, data, designação específica e instrumento a que se destina.
5.4.15.2. Elementos complementares
Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.15.3. Partitura em meio eletrônico
As referências devem obedecer aos padrões indicados para partitura, acrescidas das informações relativas à descrição física do meio eletrônico (disquete, CD-ROM, online etc.).
5.4.16. Documentos tridimensional
Inclui esculturas, maquetes, objetos e suas representações (fósseis, esqueletos, objetos de museu, animais empalhados, monumentos entre outros).
5.4.16.1. Os elementos essenciais são: autor(es), quando for possível identificar o criador artístico do objeto, título (quando não existir, deve-se atribuir uma denominação ou a indicação Sem título, entre colchetes), data e especificação do objeto.
5.4.16.2. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.17. Documento de acesso exclusivo em meio eletrônico
Inclui bases de dados, listas de discussão, BBS (site), arquivos em disco rígido, programas, conjuntos de programas e mensagens eletrônicas entre outros.
5.4.17.1. Os elementos essenciais são: autor(es), título do serviço ou produto, versão (se houver) e descrição física do meio eletrônico.
5.4.17.2. Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor identificar o documento.
5.4.17.3. As mensagens que circulam por intermédio do correio eletrônico devem ser referenciadas somente quando não se dispuser de nenhuma outra fonte para abordar o assunto em discussão. Mensagens trocadas por e-mail têm caráter informal, interpessoal e efêmero, e desaparecem rapidamente, não sendo recomendável seu uso como fonte científica ou técnica de pesquisa.
Colaborou: Prof.ª Stela Echeverria

O PROJETO DE PESQUISA

1 ESTUDO PRELIMINAR

Para a elaboração de um Projeto de Pesquisa, deve ser feito um estudo preparatório ou um esboço do projeto, o qual denomino por Anteprojeto da Pesquisa. Nesta fase, o pesquisador (estudante) faz uma retrospectiva de seus conhecimentos, de sua trajetória escolar ou profissional para escolher o empreendimento a realizar: registra as várias opções, procurando seguir caminhos já conhecidos. De posse desses elementos, discute com seu orientador (professor) para poder iniciar o seu plano.
PROJETO é derivado do latim projectu, cuja tradução é: “lançado para diante”; entre suas definições cito: a) idéia que se forma de executar ou realizar algo, no futuro; plano, intento, desígnio; b) empreendimento a ser realizado dentro de determinado esquema: projeto administrativo; projetos educacionais: projeto de pesquisa; c) redação ou esboço preparatório ou provisório de um texto: projeto de estatuto; projeto de tese; d) esboço ou risco de obra a se realizar; plano: projeto de cenário.
PESQUISA origina-se do espanhol: pesquisa; defino para este estudo como: a) ato ou efeito de pesquisar; b) indagação ou busca minuciosa para averiguação da realidade; investigação, inquirição; c) investigação e estudo, minudentes e sistemáticos, com o fim de descobrir ou estabelecer fatos ou princípios relativos a um campo qualquer do conhecimento: pesquisa contábil; d) idéia que se forma de executar ou realizar algo, no futuro; plano, intento, desígnio; e) redação ou esboço preparatório ou provisório de um texto; f) empreendimento a ser realizado dentro de determinado esquema.
Para a elaboração do PROJETO DE PESQUISA, após a escolha do tema e do assunto, o primeiro passo é a consulta bibliográfica, a qual se completará com a pesquisa de campo, de mercado, de motivação, de opinião ou outra.
Coletados os elementos iniciais, procede-se no fichamento – manual ou computadorizado – do material para a produção do futuro relatório da pesquisa ou da monografia.
O projeto é um trabalho destinado à elaboração da pesquisa, contendo um plano de ação objetivando definir um problema e a forma pelo qual ele será inquirido; ele é um esquema de coleta, de mensuração e análise de dados, onde poderá sofrer alterações em seu desenvolvimento.

1.2 DIREITOS AUTORAIS
Para a construção do texto ou da obra, o autor deve ter conhecimento da existência de Lei que regula os direitos autorais, entendendo-se sob esta denominação os direitos de autor e os que lhes são conexos, de estrangeiros, domiciliados no exterior, os nacionais ou pessoas domiciliadas em país que assegure aos brasileiros ou pessoas domiciliadas no Brasil a reciprocidade na proteção aos direitos autorais ou equivalentes.
Assim, os direitos autorais reputam-se, para os efeitos legais, bens móveis, assim considerados:
I - publicação - o oferecimento de obra literária, artística ou científica ao conhecimento do público, com o consentimento do autor, ou de qualquer outro titular de direito de autor, por qualquer forma ou processo;
II - transmissão ou emissão - a difusão de sons ou de sons e imagens, por meio de ondas radioelétricas; sinais de satélite; fio, cabo ou outro condutor; meios óticos ou qualquer outro processo eletromagnético;
III - retransmissão - a emissão simultânea da transmissão de uma empresa por outra;
IV - distribuição - a colocação à disposição do público do original ou cópia de obras literárias, artísticas ou científicas, interpretações ou execuções fixadas e fonogramas, mediante a venda, locação ou qualquer outra forma de transferência de propriedade ou posse;
V - comunicação ao público - ato mediante o qual a obra é colocada ao alcance do público, por qualquer meio ou procedimento e que não consista na distribuição de exemplares;
VI - reprodução - a cópia de um ou vários exemplares de uma obra literária, artística ou científica ou de um fonograma, de qualquer forma tangível, incluindo qualquer armazenamento permanente ou temporário por meios eletrônicos ou qualquer outro meio de fixação que venha a ser desenvolvido;
VII - contrafação - a reprodução não autorizada;
VIII - obra:
a) em co-autoria - quando é criada em comum, por dois ou mais autores;
b) anônima - quando não se indica o nome do autor, por sua vontade ou por ser desconhecido;
c) pseudônima - quando o autor se oculta sob nome suposto;
d) inédita - a que não haja sido objeto de publicação;
e) póstuma - a que se publique após a morte do autor;
f) originária - a criação primígena;
g) derivada - a que, constituindo criação intelectual nova, resulta da transformação de obra originária;
h) coletiva - a criada por iniciativa, organização e responsabilidade de uma pessoa física ou jurídica, que a publica sob seu nome ou marca e que é constituída pela participação de diferentes autores, cujas contribuições se fundem numa criação autônoma;
i) audiovisual - a que resulta da fixação de imagens com ou sem som, que tenha a finalidade de criar, por meio de sua reprodução, a impressão de movimento, independentemente dos processos de sua captação, do suporte usado inicial ou posteriormente para fixá-lo, bem como dos meios utilizados para sua veiculação;
IX - fonograma - toda fixação de sons de uma execução ou interpretação ou de outros sons, ou de uma representação de sons que não seja uma fixação incluída em uma obra audiovisual;
X - editor - a pessoa física ou jurídica à qual se atribui o direito exclusivo de reprodução da obra e o dever de divulgá-la, nos limites previstos no contrato de edição;
XI - produtor - a pessoa física ou jurídica que toma a iniciativa e tem a responsabilidade econômica da primeira fixação do fonograma ou da obra audiovisual, qualquer que seja a natureza do suporte utilizado;
XII - radiodifusão - a transmissão sem fio, inclusive por satélites, de sons ou imagens e sons ou das representações desses, para recepção ao público e a transmissão de sinais codificados, quando os meios de decodificação sejam oferecidos ao público pelo organismo de radiodifusão ou com seu consentimento;
XIII - artistas intérpretes ou executantes - todos os atores, cantores, músicos, bailarinos ou outras pessoas que representem um papel, cantem, recitem, declamem, interpretem ou executem em qualquer forma obras literárias ou artísticas ou expressões do folclore.
O Código Penal Brasileiro estabelece para quem violar direito autoral a pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. Se a violação consistir em reprodução, por qualquer meio, com intuito de lucro, de obra intelectual, no todo ou em parte, sem a autorização expressa do autor ou de quem o represente, ou consistir na reprodução de fonograma ou videofonograma, sem autorização do produtor ou de quem o represente a pena: é a reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. Na mesma pena do incorre quem vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, empresta, troca ou tem em depósito, com intuito de lucro, original ou cópia de obra intelectual, fonograma ou videofonograma, produzidos ou reproduzidos com violação de direito autoral.
Nestes termos, cabe referenciar sempre os autores dos originais, mediante citações diretas ou indiretas, indicando a parte da autoria mediante aspas quando for no texto, ou em letra menor, com recuo de quatro centímetros da margem esquerda, quando a citação for superior a três linhas; pode figurar, ainda, em nota de rodapé ou em nota de final do texto.

1.3 O PROJETO

A redação do projeto de pesquisa e do trabalho final da pesquisa pode ser feita na primeira pessoa do singular (eu).
Esse projeto pode ser apresentado na seguinte forma:
a) CAPA DO PROJETO
Na capa devem ser inseridos, os elementos abaixo, com escrita na cor preta, sem desenhos, gravuras ou gráficos, com LETRAS MAIÚSCULAS, fonte tipo ARIAL e tamanho da fonte conforme indicações entre parênteses:
I - NOME DO AUTOR (20 a 24) centrado na parte superior;
II - PROJETO DE PESQUISA (16 a 20), centrado e no meio da capa;
III - TÍTULO: Subtítulo (16 a 20), centrado e no meio da capa, após a indicação de PROJETO DE PESQUISA;
IV - CUIABÁ, mar./2009 - local e data, (16 a 20) centrado na parte inferior;
V- UNIVERSIDADE DE CUIABÁ - Nome da instituição, abaixo do local e ano (16 a 20);
VI - CURSO ESPECIALIZAÇÃO EM ..........................................– Nome do curso, abaixo do nome da Instituição (16 a 20)..
b) FOLHA DE ROSTO
Além dos elementos que compõem a capa do projeto, inserir:

Projeto de Pesquisa apresentado como requisito parcial para obtenção de crédito na disciplina Metodologia da Pesquisa, ministrada pelo Profª. Stela Marques Echeverria Silva.

c) SUMÁRIO
d) ESTRUTURA DO PROJETO
Para Salomon (2001, p. 215) “A pesquisa – trabalho científico por excelência – metodologicamente há de ser planejada. O projeto e o relatório final formam com ela um todo indissociável.”
A estrutura do projeto de pesquisa para se elaborar a monografia pode ser composta pelos tópicos abaixo descritos e explicados, cuja apresentação é seqüencial, sem necessidade de iniciar cada um dos tópicos em nova página. Nesta folha é iniciada a numeração a partir de 2 (o n.° 1 é a folha de rosto, que é contada, mas não numerada), a qual deve estar “à direita” e “na parte superior” da página.

1. TEMA
O assunto é macro, o tema é o objeto da pesquisa, ou seja, é o cenário onde se encontra a situação problema a ser pesquisada. Se a escolha do tema for bastante criteriosa, o sucesso do trabalho do futuro pesquisador será facilmente desenvolvido e terá forma mais objetiva.

2. JUSTIFICATIVA DO TEMA
A justificativa do tema consiste na apresentação, o pesquisador expõe suas razões de forma clara e concisa para a confecção da pesquisa; ela engloba a ordem teórica e/ou prática do trabalho.

3. OBJETIVO GERAL
É a visão global do assunto da pesquisa e os resultados que se procura alcançar. A apresentação dos objetivos deve conter dados que relatem o assunto da pesquisa, sem mostrar o desenvolvimento do trabalho proposto.

4. OBJETIVO ESPECÍFICO
Apesar de estar intrínseco ao objetivo geral, no objetivo específico há necessidade de se expor o ponto central do motivo específico da pesquisa, ou seja, o pesquisador deve saber mostrar a investigação científica dentro do tema proposto. Pode haver um ou mais objetivos específicos.

5. PROBLEMA
É o significado maior de se executar um projeto juntamente com ponto de partida do processo de investigação científica.
O problema implica dificuldade, dúvida, geralmente o problema é elaborado através de uma pergunta.

6. CONSTRUÇÃO DE HIPÓTESES
É uma possível resposta provisória e “solução” antecipada para o problema da pesquisa; daí a coleta de dados e sua análise se fazerem em função da hipótese.
As hipóteses precisam alcançar a busca dos objetivos propostos, para isso devem ser claras, simples, de fácil compreensão, e testáveis.
É através das hipóteses que analisamos o avanço do conhecimento, aprendendo coisas novas, tendo maior desempenho e esforço, independentemente dos valores e crenças do homem ela poderá ser a semente de uma nova teoria.

7. MARCO TEÓRICO DE REFERÊNCIA
Pode-se dividir em itens, a exemplo do que apresenta Salomon (2001, p. 219), pois para ele
[...] o marco teórico de referência reflete:
a) a opção do pesquisador dentro do universo ideológico e teórico em que se situam as diversas escolas, teorias e abordagens de seu campo de especialização;
b) a síntese em que chegou, após as análises e críticas a que submeteu os textos lidos e consultados;
c) o conjunto de conceitos, categorias e constructos abstratos que constituem o arcabouço teórico, em que se situam suas preocupações científicas, particularmente os problemas cognitivos que o preocupam (tanto os já explicitados como os em gestação);
d) a relevância contemporânea ou o caráter de atualização científica e exigida em toda pesquisa;
e) o balizamento teórico em que se dará a delimitação do problema – sua formulação e a operacionalização de conceitos e definições;
f) a base e o referencial da metodologia da pesquisa (não esquecer que teoria e métodos estão intimamente relacionados).

8. METODOLOGIA
Se o projeto é de pesquisa, devemos explicitar corretamente a sua metodologia. Não basta mostrar apenas se é científico.
Após coletarmos os dados e analisarmos, a metodologia irá informar os seus meios para a apresentação e levantamento das informações deles na pesquisa, sendo através de questionários, entrevistas, formulários, livros, jornais, entre outros.
A coleta de dados é a ação de como se sair bem. Como (individual); por quem (o próprio pesquisador); quando (período); onde se coletarão os dados da pesquisa. Caso for pesquisa quantitativa, definir o tamanho da população.

9. FORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS FINAIS
As apresentações devem ser através de relatórios, oral, vídeo, projetor multimídia e outros.

10. CRONOGRAMA
As épocas de realização dos trabalhos (normalmente em quinzenas/meses)

11. REFERÊNCIAS
No projeto de pesquisa devem ser indicadas todas as fontes e bibliografia utilizadas para a elaboração do marco teórico de referência, mediante observância às normas da ABNT, no caso a NBR 6023, editada em ago./2002, em vigor após 29.09.2002, data a partir da qual as obras de Metodologia Científica apresentam referências atualizadas.

1.4 TIPOS DE PESQUISA
• Pesquisa Bibliográfica: Na definição de Fachin (2001, p. 125) é o conjunto de conhecimentos humanos reunidos em obras. Tem como base fundamental conduzir o leitor a determinado assunto e a produção, coleção, armazenamento, reprodução, utilização e comunicação das informações coletadas para o desempenho da pesquisa. Constitui o ato de ler, selecionar, fichar, organizar e arquivar tópicos de interesse para a pesquisa. É a base para as demais pesquisas e pode-se dizer que é uma constante na vida de quem se propõe estudar.
• Pesquisa de Laboratório: é realizada, geralmente, em recinto fechado e com instrumentos próprios. Ela cria o contexto do objeto, ao mesmo tempo que provoca os fenômenos e os observa.
• Pesquisa de Campo: é a que se realiza com o fato social situado em seu ambiente natural, ou seja, seu habitat, sem nenhuma alteração imposta pelo pesquisador. Este tipo de pesquisa é aplicado ao ser humano, que é dotado da razão ou de psiquismo. Ela nunca poderá ser efetuada com animais irracionais, a exemplo de outros tipos de pesquisa. A pesquisa de campo é aplicada em investigações que procuram avaliar a eficácia de um conjunto de processos para auxiliar a sociedade.

1.5 CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS
A classificação da pesquisa com base em seus objetivos:
• Pesquisas Exploratórias: têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou construir hipóteses. Na maioria dos casos assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso.
• Pesquisas Descritivas: têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. As pesquisas explicativas são, juntamente com as exploratórias, as que habitualmente realizadas pelos pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática. São as mais solicitadas por instituições educacionais, empresas comerciais, partidos políticos etc.
• Pesquisas Explicativas: seu objetivo principal é identificar fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Esta pesquisa é realizada para obter um conhecimento mais profundo da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. É o tipo mais complexo e delicado, onde os riscos de cometer erros são maiores.

Como o delineamento expressa em linhas gerais o desenvolvimento da pesquisa, com ênfase nos procedimentos técnicos de coleta e análise de dados, torna-se possível, na prática, classificar as pesquisas segundo o seu delineamento:
• Pesquisa Bibliográfica: desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.
• Pesquisa Documental: é semelhante a bibliográfica. Aqui os materiais ainda não receberam um tratamento científico. Vale-se de contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto.
• Pesquisa Experimental: é o melhor exemplo de pesquisa científica. Consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.
• Pesquisa Ex-post-facto: um “experimento” é realizado após os fatos.
• Levantamento: caracteriza-se pela interrogação direta cujo comportamento se deseja conhecer.
• Estudo de Caso: estudo de um ou poucos objetos de maneira profunda e exaustiva para o amplo e detalhado conhecimento. É recomendável na fase inicial de investigação de temas complexos, para a construção de hipóteses ou reformulação do problema.
• Pesquisa-ação: é um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
• Pesquisa Participante: é muito utilizada para minimizar a relação entre dirigentes e dirigidos e por essa razão é voltada para a investigação junto a grupos desfavorecidos.
Colaborou:
Profª. Stela Marques Echeverria Silva

COMO APROVEITAR O TEMPO EM REUNIÕES DE GRUPO

Difunde-se cada vez mais a prática salutar do estudo de grupos nos meios universitários. Para uma classe nova de alunos que não estejam familiarizados com esta forma de atividade, tais reuniões podem representar apreciável perda de tempo, podem angustiar alunos e gerar frustrações. Vamos, pois, neste livro dedicado aos que acabam de ingressar na faculdade, considerar este problema especialmente em seus aspectos mais práticos gerais. Saibam os alunos que o estudo em equipe é muito proveitoso sob todos os aspectos, quando todos os seus componentes assumem sua parcela de responsabilidade e se dispõem a trabalhar, contribuir e participar ativamente. Todos devem trabalhar, não só estes ou aqueles, porque são julgados mais inteligentes ou menos ocupados.
Logo no início do semestre, a classe deve contribuir-se em grupos de sete ou oito participantes, aproximadamente, e é aconselhável que cada grupo escolha um coordenador. Incumbiria ao coordenador entrar em contato com os professores quando for conveniente, tratar dos interesses se seu grupo junto ao representante de classe, presidir e coordenar reuniões, organizar e distribuir funções, anotar e cobrar colaboração de cada integrante do grupo.
A primeira exigência para que um grupo funcione e atinja em suas reuniões e objetivos previstos por está estratégia de trabalho consiste exatamente na organização prévia do próprio grupo, que deve reunir aluno que tenham facilidade de se comunicar e de se encontrar fora da escola também. Vamos enumerar outras exigências ou normas necessárias ao bom andamento dos trabalhos dos grupos para que haja bom aproveitamento do tempo consagrado a reuniões:
1. Ao receber um tema para trabalho, o grupo deve reunir-se o mais rapidamente possível para programar suas reuniões e proceder a uma primeira distribuição de tarefas preparatórias à sessão de trabalho. Se o tema já estiver definido e a bibliografia tiver sido apresentada pela cadeira, o primeiro trabalho consistirá na busca de fontes; cada participante não só se responsabilizará por providenciar determinado texto, como também deverá lê-lo e esclarecer suas dificuldades antes da reunião da equipe. O coordenador anotará estes compromissos e os solicitará ordenadamente na reunião seguinte. Esta primeira reunião não deverá encerrar-se sem que estejam bem esclarecidos o local, a data e o horário do próximo encontro.
2. Todos deverão providenciar os textos pelos quais se responsabilizaram, e deverão estudá-los conforme será explicado em nosso capítulo a respeito do “estudo pela leitura trabalhada”. Sempre que se tratar de pesquisa bibliográfica, como geralmente acontece, o primeiro passo é providenciar a bibliografia, os livros e os textos. Isto é evidente. Entretanto, há por si grupos que se reúnem sem material, fazem a primeira leitura durante a reunião de equipe. A leitura prévia é necessária para o bom andamento dos trabalhos.
3. Há uma ordem para que os participantes apresentem os textos pelos quais se responsabilizaram e comuniquem brevemente seu conteúdo. Em primeiro lugar, o coordenador passará a palavra àqueles que se encarregaram de pesquisar generalidades em dicionários, enciclopédias e manuais didáticos. Em seguida, solicitará a contribuição daqueles que se responsabilizaram pela análise prévia de segmentos do texto básico.
4. Não se devem alongar debates antes que se chegue ao final de uma primeira apresentação de generalidades da leitura do texto básico. Só depois deste primeiro passo é que deve voltar ao início para um contato mais íntimo com o texto para levantar seu esquema, para discutir suas idéias principais, para avaliar a coerência interna destas idéias, para ponderar o vigor dos argumentos, a perfeição da análise, e assim por diante, conforme esclareceremos mais amplamente no próximo capítulo.
5. de acordo com o nível do grupo ou de sua familiaridade com o assunto em pauta, espera-se que os debates, ao final, ultrapassem o texto, ou seja, caminhem além do texto numa reabordagem crítica de sua tese e de seus argumentos.
6. Nenhuma reunião de equipe funcionará se seus componentes não providenciarem o material necessário, ou não comparecerem preparados para contribuir e participar ativamente. Como debater em círculos de estudo se não se estudou previamente a parte pela qual cada um se responsabilizou? Por outro lado, se o grupo se organizou convenientemente, se escolheu se coordenador, se programou seu trabalho e distribuiu previamente atribuições limitadas e específicas em cada participante, a experiência tem demonstrado que as reuniões de grupos de estudo são de ordinariamente eficiência,quer para desenvolver itens do programa em seminários, quer para elaboração de monografias de caráter didático-pedagógico, quer para revisões gerais para provas ou exames. Tudo quanto apresentamos neste item condensadamente tem caráter prático e genérico. A classe deverá estar atenta a ulteriores especificações que cada cadeira poderá fazer ao solicitar reuniões de equipes para execução de trabalhos em sua área.


Colaborou: Profª. Stela Marques Echeverria Silva

Sempre leia o original


Uma greve geral dos professores alguns anos atrás teve uma conseqüência interessante. Reintroduziu, para milhares de estudantes, o valor esquecido das bibliotecas. Os melhores alunos readquiriram uma competência essencial para o mundo moderno - voltaram a aprender sozinhos, como antigamente. Muitos descobriram que alguns professores nem fazem tanta falta assim. Descobriram também que nas bibliotecas estão os livros originais, as obras que seus professores usavam para dar as aulas, os grandes clássicos, os autores que fizeram suas ciências famosas.
Muitos professores se limitam a elaborar resumos malfeitos dos grandes livros. Quantas vezes você já assistiu a uma aula em que o professor parecia estar lendo o material? Seria bem mais motivador e eficiente deixar que os próprios alunos lessem os livros. Os professores serviriam para tirar as dúvidas, que fatalmente surgiriam.
Hoje, muitas bibliotecas vivem vazias. Pergunte a seu filho quantos livros ele tomou emprestado da biblioteca neste ano. Alguns nem saberão onde ela fica. Talvez devêssemos pensar em construir mais bibliotecas antes de contratar mais professores. Um professor universitário, ganhando 4.000 reais por mês ao longo de trinta anos (mais os cerca de vinte da aposentadoria), permitiria ao Estado comprar em torno de 130.000 livros, o suficiente para criar 130 bibliotecas. Seiscentos professores poderiam financiar 5.000 bibliotecas de 10.000 livros cada uma, uma por município do país.
Universidades são, por definição, elitistas, para a alegria dos cursinhos. Bibliotecas são democráticas, aceitam todas as classes sociais e etnias. Aceitam curiosos de todas as idades, sete dias por semana, doze meses por ano. Bibliotecas permitem ao aluno depender menos do professor e o ajudam a confiar mais em si.
Nunca esqueço minha primeira visita a uma grande biblioteca, e a sensação de pegar nas mãos um livro escrito pelo próprio Einstein, e logo em seguida o de cálculo de Newton. Na época, eu queria ser físico nuclear.
Infelizmente, livros nunca entram em greve para alertar sobre o total abandono em que se encontram nem protestam contra a enorme falta de bibliotecas no Brasil. Visitei no ano passado uma escola secundária de Phillips Exeter, numa cidade americana de 30.000 habitantes, no desconhecido Estado de New Hampshire. Os alunos me mostraram com orgulho a biblioteca da escola, de NOVE andares, com mais de 145.000 obras. A Biblioteca Mário de Andrade, da cidade de São Paulo, tem 350.000. A bibliotecária americana ganhava mais do que alguns dos professores, ao contrário do que ocorre no Brasil, o que demonstra o enorme valor que se dá às bibliotecas nos Estados Unidos.
Não quero parecer injusto com os milhares de professores que incentivam os alunos a ler livros e a freqüentar bibliotecas. Nem quero que sejam substituídos, pois são na realidade facilitadores do aprendizado, motivam e estimulam os alunos a estudar, como acontece com a maioria dos professores do primário e do colegial. Mas estes estão ficando cada vez mais raros, a ponto de se tornarem assunto de filme, como ocorre em Sociedade dos Poetas Mortos, com Robin Williams.
Na próxima aula em que seu professor fizer o resumo de um livro só, ou lhe entregar uma apostila mal escrita, levante-se discretamente e vá direto para a biblioteca. Pegue um livro original de qualquer área, sente-se numa cadeira confortável e leia, como se fazia 500 anos atrás. Você terá um relato apaixonado, aguçado, com os melhores argumentos possíveis, de um brilhante pensador. Você vai ler alguém que tinha de convencer toda a humanidade a mudar uma forma de pensar.
Um autor destemido e corajoso que estava colocando sua reputação, e muitas vezes seu pescoço, em risco. Alguém que estava escrevendo apaixonadamente para convencer uma pessoa bastante especial: você.

Stephen Kanitz foi professor universitário por trinta anos
Revista Veja, Editora Abril, edição 1802, ano 36, nº 19 de 14 de maio de 2003
Acessado em 16.06.2003.
Colaborou: Prof.ª Stela Echeverria